A temporada 2024 do Campeonato Brasileiro Sub-20 trouxe uma mudança controversa que tem gerado críticas de diversos setores do futebol brasileiro: a introdução do rebaixamento na competição. A decisão da CBF, além de surpreendente, contraria a essência das categorias de base, que têm como principal objetivo formar atletas para o futebol profissional, e não priorizar resultados imediatos.
Em clubes estruturados como Grêmio e Internacional, é comum que o Sub-20 sirva como laboratório para jovens ainda mais novos, com 16, 17 e 18 anos. Esses atletas estão em pleno processo de desenvolvimento técnico, físico e emocional.
Quando atingem os 19 ou 20 anos, muitos já estão integrados ao elenco profissional ou são negociados. Assim, os clubes grandes, que prezam pela formação de longo prazo, nem sempre utilizam suas equipes sub-20 com força máxima, pois a prioridade está na preparação individual de cada jogador, e não na conquista de títulos nessa categoria.
Mudança em torneio da CBF causa polêmica e pode afetar Grêmio e Inter
Com a criação de um sistema de rebaixamento, a tendência é que os clubes passem a escalar jogadores mais velhos, mais fortes fisicamente e próximos do limite de idade, apenas para garantir a permanência na elite.
Essa mudança distorce a finalidade pedagógica e formativa da base, transformando o torneio em uma competição focada em resultados, algo que deveria ser secundário nesse estágio do desenvolvimento esportivo.
O cenário atual já começa a preocupar. O Internacional, por exemplo, figura entre os últimos colocados da tabela e corre sério risco de queda para a segunda divisão do Sub-20. O Grêmio também encontra dificuldades. Isso não significa falha na formação, mas sim uma mudança de foco imposta por um regulamento que não condiz com a lógica da base.