O destino, por vezes, é impiedoso no futebol. Iago Borduchi, lateral-esquerdo de 27 anos, foi seduzido pelo projeto ambicioso do Bahia no meio da temporada passada. Recusou voltar ao Internacional, clube que o revelou, com a promessa de disputar títulos e conquistar vaga na Libertadores com o Tricolor baiano.
No entanto, menos de um ano depois, o cenário se inverteu de maneira amarga: Iago foi eliminado da própria Libertadores justamente pelo clube que deixou para trás.
Quando desembarcou em Salvador, Iago chegou cercado de expectativas. Após cinco anos atuando no futebol alemão, o defensor apostava em uma nova fase no Brasil. Tinha concorrência forte com Luciano Juba, mas destacou, na apresentação, que seu objetivo era contribuir para o sucesso coletivo. O discurso era claro: colocar o Bahia no topo e brigar por grandes conquistas.
Iago, lateral do Bahia, recusou o Inter e foi eliminado da Libertadores justamente pelo Colorado
Com propostas em mãos, inclusive do próprio Inter, Iago optou pelo projeto do Grupo City no Bahia, crente de que teria ali uma plataforma sólida para alcançar voos mais altos no cenário sul-americano. “Quero fazer história”, disse na época, motivado pela estrutura e pelas ambições do clube. A vaga na Libertadores era vista como o primeiro passo de um ciclo vencedor.
Por ironia do futebol, esse mesmo sonho terminou diante do Internacional. Na última rodada da fase de grupos da Libertadores, em pleno Beira-Rio, o Colorado venceu o Bahia por 2 a 1 de virada e carimbou sua classificação, enquanto eliminava o time baiano.
Iago, que chegou com a expectativa de ser titular, não entrou em uma partida sequer na Libertadores. Pelo Brasileirão, são apenas três jogos como titular em dez possíveis.
Para o torcedor colorado, ficou a lembrança do “filho da casa” que decidiu não voltar. Para Iago, resta agora refletir sobre as escolhas feitas — e lidar com o peso de ter sido eliminado por quem um dia abriu suas portas para o futebol.