Inter sugere impedir que jogadores atuem por clubes se não forem pagos

Durante o II Simpósio de Direito Esportivo, realizado nesta sexta-feira nas Laranjeiras, presidentes e dirigentes de destaque no futebol brasileiro se reuniram para discutir um dos temas mais urgentes da atualidade: a implementação efetiva do fair play financeiro.

O encontro contou com a presença de Mário Bittencourt (Fluminense), Alessandro Barcellos (Inter), Bap (Flamengo) e Marcelo Paz (Fortaleza), que colocaram em pauta propostas concretas para combater a inadimplência entre clubes.

A proposta que mais gerou repercussão veio de Mário Bittencourt, presidente do Fluminense. Ele defendeu que clubes inadimplentes sejam impedidos de escalar jogadores em competições oficiais.

Clubes, incluindo o Inter, sugerem punições a quem não paga suas dívidas por atleras

Segundo ele, bastaria uma simples notificação por e-mail, sem necessidade de transfer ban, para equilibrar o cenário esportivo. A ideia recebeu apoio dos demais presentes, que citaram casos recentes em que clubes com dívidas atuaram normalmente e tiraram vantagens esportivas.

Durante o debate, o Corinthians foi citado como exemplo negativo. Mesmo com pendências financeiras, o clube conseguiu reforçar seu elenco na última janela e ultrapassou concorrentes como Fluminense e Fortaleza, que estavam com as obrigações em dia. O episódio gerou revolta e serviu para ilustrar a urgência de medidas mais rígidas e imediatas.

Bap, presidente do Flamengo, ampliou a discussão ao abordar a realidade das Sociedades Anônimas do Futebol (SAF). Para ele, a simples transformação jurídica não garante responsabilidade financeira. “Há clubes com donos que continuam empurrando dívidas, como se a SAF fosse escudo para calote”, afirmou.

Barcellos esteve presente em encontro para debater possíveis atitudes para melhorar o futebol brasileiro

Alessandro Barcellos, presidente do Inter, levantou a dúvida sobre qual entidade teria legitimidade e capacidade para fiscalizar essas regras no Brasil, ainda mais diante da instabilidade na CBF. Marcelo Paz completou, reforçando que a Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) precisa ser mais ágil e livre de influências políticas.

Apesar das divergências pontuais, o consenso geral foi claro: o futebol brasileiro precisa de regras mais duras, fiscalização eficiente e comprometimento coletivo para alcançar um ambiente justo e competitivo.

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